A charrete, um dos meios de transporte mais antigos da história, continua presente nas estradas e ruas, especialmente no campo, onde ainda desempenha um papel importante. Esse veículo tradicional, movido pela força animal, não apenas fez parte do passado, mas também permanece em uso por muitos agricultores e moradores de áreas rurais. Em Urânia (SP), por exemplo, um casal mantém viva essa tradição ao utilizá-la para ir à cidade e transportar os produtos que cultivam no sítio.

João Geromine e Neusa Lacerda, moradores de uma propriedade rural onde produzem café, queijos, leite e ovos, utilizam a charrete como meio de transporte há mais de 40 anos. Eles vão até a cidade regularmente, e o fazem de maneira fiel: não de carro, ônibus ou qualquer outro transporte moderno, mas sim na charrete. Neusa conta que, antes de adquirirem o veículo, o percurso era feito a pé. “A charrete facilitou bastante. Seja com chuva, sol ou frio, nunca deixamos de ir para a cidade”, relata, evidenciando a importância desse meio de locomoção em suas vidas.

Cada peça de uma charrete é cuidadosamente confeccionada para garantir que funcione perfeitamente nas estradas. Artur Pigari Cruz, dono de uma oficina especializada na fabricação desses veículos, explica que a charrete é popular tanto no Brasil quanto no exterior. Ele detalha que existem diferentes modelos de charretes, adaptadas para diversas finalidades. “Hoje, a indústria produz charretes para passeio rural, carroças para o trabalho no campo e trolés, que são mais específicos para passeios em hotéis fazenda, desfiles e cavalgadas. Temos um público significativo aqui no Brasil e também em outros países”, afirma Artur.

A tradição das charretes e carroças, portanto, resiste ao tempo e ainda encanta muitas pessoas, que valorizam o uso desses veículos tanto para o trabalho quanto para o lazer no ambiente rural.