Putin descarta ida à cúpula do G20 após pedido da Ucrânia para que Brasil o prendesse: 'Minha possível visita prejudicaria o trabalho'
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que não participará da cúpula do G20, que será realizada no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024. A decisão veio poucos dias após o procurador-geral da Ucrânia solicitar às autoridades brasileiras que cumprissem o mandado de prisão contra Putin, emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em março de 2023. O TPI acusa Putin de crimes de guerra relacionados à deportação de crianças ucranianas durante a guerra. A Rússia nega as acusações e não reconhece a legitimidade do tribunal.
Putin justificou sua ausência, afirmando que sua presença poderia atrapalhar o andamento do evento. Ele também ressaltou que a Rússia mantém boas relações com o Brasil e sugeriu a possibilidade de um acordo para "contornar o veredito" do TPI.
O pedido de prisão foi reforçado pelo procurador-geral ucraniano, Andriy Kostin, que destacou a responsabilidade do Brasil, como signatário do Estatuto de Roma, de prender Putin caso ele participasse do evento. Kostin alertou que a não execução do mandado poderia estabelecer um perigoso precedente, permitindo que líderes acusados de crimes graves continuassem a viajar impunemente.
Apesar da pressão internacional, autoridades brasileiras não receberam qualquer sinal de que Putin pretendesse comparecer ao encontro. No passado, o líder russo já evitou reuniões presenciais em países signatários do TPI, participando de forma remota, como foi o caso do encontro dos BRICS na África do Sul.
Além de Putin, outras autoridades russas, como a comissária para os Direitos das Crianças, Maria Lvova-Belova, também são alvos de mandados de prisão do TPI. Mesmo com os mandados, Putin realizou visitas oficiais a países como a Mongólia, sem sofrer ações de cumprimento das ordens judiciais, o que gerou críticas da Ucrânia e de defensores da justiça internacional.
O Tribunal Penal Internacional foi criado em 2002 e possui 124 países-membros. A sua principal função é julgar crimes de guerra, crimes contra a humanidade, genocídios e crimes de agressão quando os países envolvidos não podem ou não querem processar esses crimes internamente.
COMENTÁRIOS